Dano por ricochete: Indenização de R$ 1,6 milhão para viúva e duas filhas de vítima do voo da Air France

(25.07.11) Sentença poferida pelo juiz Manoel Padre Neto, da 4.ª Vara Cível de Mossoró (RN), concedeu uma indenização no valor de R$ 1,6 milhão para familiares do geofísico Soluwellington Vieira de Sá, uma das vítimas do voo 447 da Air France. Além disso, definiu uma pensão mensal no valor de R$ 4.098,13 para a viúva e as duas filhas menores de idade. Cabe recurso para o TJ do Rio Grande do Norte.O acidente ocorreu na noite do dia 31 de maio de 2009, quando o Airbus A330 com destino a Paris desapareceu no Oceano Atlântico. O acidente matou as 228 pessoas a bordo. Na sentença vem referido que "o Tribunal de Grande Instância de Var, no sul da França, indiciou as empresas Air Bus e Air France - respectivamente, fabricante e proprietária da aeronave -, pelo crime de homicídio culposo".
Para o juiz potiguar, não há dúvidas de que o brasileiro era passageiro do vôo, conforme apontou o atestado de presença de voo expedido pela companhia, e que ele morreu no acidente, de acordo com a certidão de óbito anexada ao processo. Vieira de Sá perdeu a vida aos 40 anos. Ele trabalhava havia seis anos na Geokinetics, empresa de pesquisa petrolífera; comandava um rebocador que transportava pesquisadores no Egito, onde trabalhava por períodos de 40 dias até que voltasse para o Brasil, de folga.
Sá nasceu e morava em Mossoró (Rio Grande do Norte). Era casado e tinha duas filhas, uma de oito e outra de quatro anos - elas estão, atualmente, com dez e seis de idade.Neste mês de julho, a Air France e a sua seguradora, a Axa, foram condenadas a pagar mais de 400 mil euros em adiantamentos de indenizações às famílias de dois casais de passageiros do voo Rio-Paris. A decisão foi do Tribunal de Alta Instância de Toulouse, na França. O voo AF 447 da Air France saiu do Rio de Janeiro com 228 pessoas a bordo no dia 31 de maio de 2009, às 19h (horário de Brasília), e deveria chegar ao aeroporto Charles de Gaulle de Paris no dia 1º às 11h10 locais (6h10 de Brasília). Às 22h33 (horário de Brasília) o voo fez o último contato via rádio. A Air France informou que o Airbus entrou em uma zona de tempestade às 2h GMT (23h de Brasília) e enviou uma mensagem automática de falha no circuito elétrico às 2h14 GMT (23h14 de Brasília). Depois disso, não houve mais qualquer tipo de contato e o avião desapareceu em meio ao oceano. Os primeiros fragmentos dos destroços foram encontrados cerca de uma semana depois pelas equipes de busca do Brasil. Naquela ocasião, foram resgatados apenas 50 corpos, sendo 20 deles de brasileiros. As caixas-pretas da aeronave só foram achadas em maio de 2011, em uma nova fase de buscas coordenada pelo Escritório de Investigações e Análises (BEA) da França, que localizou a 3,9 mil m no fundo do mar a maior parte da fuselagem do Airbus e corpos de passageiros em quantidade não informada. Após o acidente, dados preliminares das investigações indicaram um congelamento das sondas Pitot, responsáveis pela medição da velocidade da aeronave, como principal hipótese para a causa do acidente. No final de maio de 2011, um relatório do BEA confirmou que os pilotos tiveram de lidar com indicações de velocidades incoerentes no painel da aeronave. Especialistas acreditam que a pane pode ter sido mal interpretada pelo sistema do Airbus e pela tripulação. O avião despencou a uma velocidade de 200 km/h, em uma queda que durou três minutos e meio. Em julho de 2009, a fabricante anunciou que recomendou às companhias aéreas que trocassem pelo menos dois dos três sensores - até então feitos pela francesa Thales - por equipamentos fabricados pela americana Goodrich. Na época da troca, a Thales não quis se manifestar.
Fonte:www.espacovital.com.br